O que é a Inclusão Social? E qual a sua relação com a Música?

A inclusão social é um horizonte que buscamos incessantemente, um ideal onde todas as pessoas, com suas particularidades e potências, se sintam plenamente parte da sociedade. Mas, na prática, o que é a inclusão social? E, para mim, um músico e palestrante sobre autismo, a pergunta mais importante é: qual a sua profunda relação com a música?

A resposta a essas indagações vai além da teoria; ela se manifesta na prática, na harmonia entre a arte e a vida real, e na forma como profissionais, artistas e a sociedade em geral podem atuar juntos para promover a neurodiversidade. Minha perspectiva, baseada em minha jornada, mostra que a música não é apenas trilha sonora; ela é uma ferramenta de inclusão poderosa e transformadora.

A inclusão social: uma melodia de pertencimento

A inclusão social pode ser vista como a construção de pontes que conectam indivíduos, rompendo barreiras de preconceito e discriminação. Para a população autista e para a neurodiversidade em geral, isso significa ter acesso a oportunidades, voz para expressar suas necessidades e, acima de tudo, o direito de ser quem se é, sem a pressão de se encaixar em padrões pré-estabelecidos.

Minha experiência de vida como pessoa autista me ensinou que a verdadeira inclusão não é sobre tolerar, mas sobre acolher e celebrar as diferenças. É um processo contínuo, que exige conscientização e ação, e que nos convida a criar ambientes onde cada indivíduo possa contribuir com seus talentos únicos, construindo uma sociedade mais rica e diversificada.

A Música: uma ponte sonora para a inclusão

A música, para mim, é a linguagem universal que transcende as barreiras que as palavras, por vezes, criam. Sua relação com a inclusão social é profunda e multifacetada:

• Ferramenta terapêutica: Profissionais de musicoterapia usam a música para auxiliar no desenvolvimento de habilidades de comunicação e interação social para autistas e outras pessoas neurodiversas. O ritmo, a melodia e a harmonia criam um ambiente seguro e estruturado para a expressão.

  
  

• Quebra de estigmas: Artistas, especialmente aqueles que se identificam com a neurodiversidade e arte, podem usar suas plataformas para desmistificar o autismo, mostrando a sensibilidade, a criatividade e a capacidade de pessoas no espectro. Minha trajetória como músico e palestrante autista é um exemplo de como a arte pode ser uma voz para a representatividade e a quebra de estigmas sociais.

  
  

• Conexão comunitária: A música tem o poder de unir pessoas em torno de uma emoção compartilhada, independentemente de suas singularidades. Em shows ou projetos comunitários, a melodia cria um senso de pertencimento, uma experiência coletiva que nos lembra de nossa humanidade em comum.

Profissionais, artistas e sociedade: unidos pela causa

A transformação social em prol da inclusão é um trabalho em equipe. Profissionais da saúde e educação, artistas e a sociedade como um todo formam uma orquestra onde cada um tem um papel crucial. Os profissionais aplicam o conhecimento técnico, os artistas usam a criatividade para sensibilizar e a sociedade, com sua empatia, apoia e acolhe.

Ao me contratar como palestrante, empresas e instituições públicas entendem a importância dessa sinergia. Minhas palestras, que misturam música, autismo e inclusão, embalados pela minha trajetória de vida, são uma forma de inspirar e mostrar que essa transformação é possível, e que a neurodiversidade é um valor a ser celebrado.

Como músico e palestrante, continuarei a usar minha voz e minha arte para construir pontes, inspirar a conscientização e mostrar que um mundo verdadeiramente inclusivo é um mundo que ouve todas as suas melodias. Se essa visão ressoa em você e você quer fazer parte dessa jornada, convido você a acompanhar meu trabalho em meu Instagram. Juntos, podemos afinar o compasso da transformação social em nosso Brasil.